5.4. Compressão e Tração numa Deslocação

Ao longo da linha de deslocação, a rede fica comprimida porque surgiu um semiplano extra de átomos na rede, acima (lado esquerdo da animação na Figura 5.e) e abaixo (lado direito da animação na Figura 5.e) do plano de escorregamento (veja animação na Figura 5.e); do mesmo modo, no ponto d, a distorção pode ser descrita como um semiplano extra, comprimido, colocado abaixo do plano de escorregamento. Em tal caso, o segmento de deslocação é chamado deslocação em aresta (símbolos: ┬ e ┴) ou cunha, porque aparecem situadas na aresta do semiplano extra. Uma deslocação em aresta difere da deslocação em hélice pelo tipo de deformação que produz na sua vizinhança. A animação da Figura 5.e ilustra o fato de que, no lado do plano de escorregamento onde se encontra o semiplano extra, a rede está em compressão, e no outro lado, está em tração. Por outro lado, uma deslocação em hélice produz deformações de cisalhamento na rede.

Figura 5.e – Animação, da lateral (2D) e perspectiva (3D), de uma deslocação em aresta que ocorre entre dois planos pertencentes a um bloco de átomos em arranjo cúbico simples. A distorção ocorre quando cada plano se movimenta em direções contrárias (em cima para a esquerda e abaixo para a direita) de uma distância igual à metade do espaçamento da rede. Logo depois, a rede relaxa e chega a posições próximas do equilíbrio. As regiões da rede que ficam sob tração (verde) e compressão (vermelha) em torno de uma deslocação em aresta são também apresentadas.