3.14. Silicatos (II)

Como foi observado no Tópico anterior, a variedade de estruturas dos silicatos é devida às várias combinações possíveis desses tetraedros, não só entre si como também com outros íons. O número de vértices compartilhados é a informação essencial para entendermos as estruturas dos silicatos.
Se por exemplo, em média, 2,5 vértices de cada tetraedro são compartilhados, resultam “cadeias duplas” de tetraedros, como se mostra na Figura 3.w. A relação é de átomos de oxigênio para 1 átomo de silício, fazendo com que a fórmula do radical silicato seja . Um exemplo deste tipo de silicato é o mineral tremolita, . O arranjo das cadeias duplas num cristal explica os ângulos característicos (56° e 124º) segundo os quais se interceptam os planos de clivagem. Numa forma da tremolita, o desajuste dimensional entre as camadas de e as cadeias duplas de provoca um enrolamento das cadeias atômicas que formam tubos estreitos e que são exemplos de fibras de asbestos.

Figura 3.w. (a) O arranjo dos tetraedros do silicato numa cadeia dupla de um silicato de cadeia dupla. (b) Vista da extremidade de uma cadeia dupla, mostrando-se a seção transversal aproximadamente trapezoidal. (c) O arranjo de cadeias duplas num cristal, mostrando-se os ângulos de interseção dos planos de clivagem.