19.8. Corrosão Aquosa II

Diferenças de velocidade de fluido podem permitir o aparecimento de íons metálicos nos pontos de baixa velocidade. A diferença de concentração iônica (b) torna anódicos os pontos de alta velocidade. A Figura 19.g é típica do resultado. A diferença de concentração de oxigênio (c) é ainda mais comum. Num tanque metálico parcialmente cheio, o fluido mais próximo da “linha dágua” é mais fortemente oxigenado e o metal mais próximo ficará catódico em relação ao resto. Fendas com menor acesso ao oxigênio são anódicas em relação ao resto do metal e serão severamente atacadas (Fig. 19.h). À medida que os produtos da corrosão (por exemplo, “ferrugem”) acumulam-se no ânodo, o suprimento de oxigênio é ainda mais diminuído, acelerando a reação. Carepa, ferrugem, ou qualquer outro depósito leva a um ataque posterior. Cracas, um conhecido organismo marinho, age de modo análogo (Fig. 19.i).
Metais severamente encruados são suscetíveis de corrosão do tipo (d), como mostra a Fig. 19.j, que exemplifica corrosão sob tensão. Note-se que a trinca segue os contornos dos grãos, que são anódicos em relação ao interior dos grãos. Mesmo se o latão tivesse sido recozido, as tensões encontradas na prática podem levar ao colapso. Concentrações de tensão no latão levam à corrosão nos pontos de maior tensão; a concentração de tensões e o processo de corrosão aceleram-se então catastroficamente. Felizmente, apenas um número limitado de eletrólitos produz corrosão sob tensão. Para o latão, por exemplo, a amônia () e os sais mercurosos são promotores da corrosão. Mesmo sem a presença de tensão, os contornos de grão podem corroer-se (Veja no próximo Tópico, 19.9, caso de corrosão intergranular). Uma segunda fase de composição diferente produz uma diferença de potencial que pode levar à corrosão. As ligas de alumínio (Al) endurecidas por envelhecimento, (veja Tópico 16.14., Capítulo 16) são muito suscetíveis de ataque por atmosferas marinhas, devido à presença da segunda fase. Para o uso geral em aeronaves, a liga é revestida de alumínio puro. Esta liga é chamada de Alclad.

Figura 19.g – Um rotor que gira em alta velocidade foi atacado onde a velocidade do fluido era maior. As diferenças de concentração iônica, que surgem em função das diferenças de velocidade das partes do fluido, tornam anódica a parte mais próxima da borda do disco.

Figura 19.h – Corrosão sob uma arruela numa chapa imersa em água do mar, onde a região abaixo da arruela ficou anódica, por falta de oxigênio.

Figura 19.i – Corrosão localizada sob cracas, numa placa metálica em água do mar.

Figura 19.j – Ruptura intergranular de uma liga metálica, por corrosão sob tensão.