16.10. Recristalização Primária (III)

Um intervalo para a temperatura de recristalização pode ser definido, empiricamente, como estando de 30% a 60% do valor da temperatura absoluta de fusão (K) do material ( a ).
Se a temperatura ultrapassar muito o limite de 60% de da liga metálica, pode ocorrer nucleação sem incubação. Cada material é caracterizado por uma temperatura de recristalização, que é a temperatura mínima necessária para garantir uma completa recristalização no tempo de 1 (uma) hora.
A Figura 16.h apresenta, de forma qualitativa, para uma liga metálica qualquer, um esquema que descreve a influência da temperatura de recristalização sobre os limites de resistência mecânica (tração e ductilidade). A Tab. 16.1 contém temperaturas de recristalização para vários materiais dúcteis (todos os materiais foram submetidos a diferentes graus de trabalho a frio abaixo da temperatura de recristalização).

Tabela 16.1. Temperaturas de recristalização (aproximadas) para vários metais.

Como foi observado no Tópico 16.8, a força motriz para a recristalização provém da energia armazenada durante o trabalho a frio. A temperatura de recristalização se aproxima de um valor constante (ou valor limite) em deformações mais elevadas. Denomina-se deformação crítica ao percentual de trabalho a frio abaixo do qual a recristalização não ocorre. A Figura 16.i é um gráfico que mostra a relação entre a temperatura de recristalização e o percentual de trabalho a frio.

Figura 16.h – Representação qualitativa da relação entre propriedades mecânicas (tração e ductibilidade), tamanho de grão e microestrutura para uma liga metálica durante a recristalização.

Figura 16.i – A variação da temperatura de recristalização em função do percentual de trabalho a frio para o ferro.