Os aços inoxidáveis, que são ligas de ferro contendo mais de 12% Cr, são passivos em atmosfera oxidante e apresentam uma resistência extrema à corrosão. Entretanto, em ácidos redutores como HCl, os aços inoxidáveis comportam-se como ferro ativo e algumas vezes até pior. Um bom exemplo deste comportamento é o caso do aço inoxidável 18 :8 (18% Cr, 8% Ni, o restante Fe), que tenha sido lentamente resfriado de 800º a 500°C. Durante o resfriamento, precipitados de carboneto de cromo formam-se junto aos contornos dos grãos e o teor de cromo desce abaixo de 12% nestas regiões. Quando o teor de cromo desce abaixo de 12%, o material junto ao contorno do grão já não é mais “inoxidável”, torna-se ativo e anódico em relação ao interior do grão. O aço inoxidável que se tenha tornado sensível deste modo à corrosão intergranular é chamado sensibilizado. A sensibilização pode ser evitada por meio de resfriamento rápido.
Em grandes estruturas e em estruturas soldadas (Fig.19.l), o resfriamento rápido não é possível. Pode-se evitar em tais casos a formação de carboneto de cromo, usando-se aço inoxidável com teor muito baixo de carbono. Aço inoxidável especial com baixo teor de carbono pode ser usado ou, mais comumente, pode ser adicionado à liga um elemento como o nióbio (Nb) que se liga à maioria do carbono formando carbonetos muito estáveis. Diz-se então que a liga é um aço inoxidável estabilizado.
Outras ligas passivas são 40% Ni-60% Fe e as ligas Cu-Ni (como o monel), com mais de 40% Ni. Todas as películas passivas são rompidas por íons de halogênios (F,Cl,Br, I). Aços inoxidáveis e ligas cobre-níquel podem ser atacadas severamente pela água do mar. Inversamente, é possível proteger certos metais por passivação artificial. Cromato de potássio (KCr) e nitrato de sódio (
) inibem a corrosão do ferro, por causa da passivação. Chumbo vermelho (
4) e cromato de zinco (ZnCr), como tintas de base, atuam de modo análogo para os aços e ferro.
Figura 19.l – Sensibilização do aço inoxidável devido ao resfriamento lento após soldagem.