15.3. Nucl. Hom. : Equações na Transformação Líquido-Sólido (I)

São apresentadas a seguir as equações fundamentais obtidas a partir de considerações sobre um modelo de nucleação e crescimento de núcleos esféricos dentro de um líquido. Considera-se que a nucleação é homogênea, isto é, não existem sítios preferenciais para a ocorrência dos núcleos.
Seja V o volume de uma partícula e S sua área superficial. A variação total de energia livre, associada à formação de uma partícula de raio r, , é:

(15.1)

onde é a variação da energia livre por unidade de volume solidificado e é a energia superficial ou energia por unidade de área. Como a partícula é esférica e de raio r, tem-se que e . Então:

(15.2)

Cada termo desta equação está representado na Figura 15.b, que mostra a variação de com o raio de uma partícula sólida.
Também na Figura 15.b pode-se ver que é um ponto de máximo (1) da Eq. (15.2) e que é a ordenada correspondente. A substituição novamente na Eq. (15.2) do máximo obtido produz . As equações obtidas são:

(15.3)

e

(15.4)

O raio é chamado raio crítico ou raio do núcleo de tamanho crítico. Partículas com são chamadas núcleos críticos ou núcleos de tamanho crítico. Partículas com , são chamadas embriões; partículas com , são chamadas núcleos. As partículas do raio maior que diminuirão sua energia livre por meio do seu crescimento através da adesão de átomos (ou moléculas); as partículas de raio menor que , para diminuir a energia livre, tenderão a se dissolver porque átomos (ou moléculas) migrarão para fora da partícula, retornando a matriz líquida. Partículas com poderão crescer ou dissolver-se, pois ambos os processos produzirão a diminuição da energia livre. A quantidade representa a barreira energética associada à formação de um núcleo de tamanho crítico.

Figura 15.b – Nucleação de núcleos sólidos e esféricos a partir de um líquido puro.